Quando a tristeza pode se transformar em depressão?
A tristeza é um estado emocional que faz parte da vida de todos nós, sem exceção. É um sentimento comum, absolutamente normal, capaz, inclusive, de nos fazer sentir compaixão pelo próximo e sermos pessoas mais bondosas. Além disso, nos tornamos mais vulneráveis quando sofremos algum impacto inesperado e, de certa forma, a tristeza se torna um sentimento inevitável. Entretanto, existe um certo ponto em que a tristeza deixa de ser uma emoção passageira e começa a se transformar em um fator constante, uma patologia que compromete variados aspectos da vida da pessoa. Quando isso acontece, a ajuda de um psicólogo e de um psiquiatra passa a ser fundamental na busca por um tratamento conjunto, que irá melhorar a qualidade de vida daquele que se sente constantemente entristecido. No ramo da psicologia e da psiquiatria, essa evolução da tristeza se chama depressão, também conhecida como episódio depressivo maior ou depressão maior.
No artigo de hoje você entenderá como identificar quando a tristeza começa a se transformar em depressão para tentar evitar que esse processo aconteça consigo mesmo ou com alguém próximo a você. Continue a leitura para conferir!
Quando a tristeza se transforma em depressão?
É muito comum que a depressão ocorra após um acontecimento negativo, uma perda ou frustração, que normalmente provocaria tristeza em qualquer indivíduo. Mas também a depressão pode surgir sem algum motivo aparente, “do nada”, ou seja, sem que algo muito relevante tenha acontecido e a pessoa talvez nem perceba que está mais sensível, emotiva e triste em um primeiro momento.
Independentemente de ter acontecido um evento importante para desencadear a depressão, o que gera o diagnóstico é o fato da tristeza acompanhar características diferentes daquelas sentidas pela maioria das pessoas. Esses sintomas e características que diferenciam a tristeza da depressão é o que veremos a seguir:
Como identificar a depressão?
De acordo com os psicólogos, a tristeza sentida durante a depressão é conhecida como humor depressivo, sendo mais profunda e capaz de afetar diversos aspectos da vida do individuo. O humor depressivo não está relacionado somente ao acontecimento desencadeante (caso tenha ocorrido algum). É muito comum que sintomas de desânimo emocional e físico comecem a se mostrar presentes, como:
- Tudo parece perder a graça;
- A vontade de sair com amigos e se divertir socialmente diminui;
- Tanto a vontade de namorar como a libido são reduzidas;
- Nas crianças, a redução na vontade de brincar e na vitalidade comum são perceptíveis.
É como se tudo parecesse ser feito por obrigação, além de custar muito esforço. Por isso, diferente da tristeza comum, a depressão debilita, “derruba” e afeta o corpo e a mente de forma mais profunda, fazendo com que o indivíduo comece a abandonar tarefas pela metade e perca a sua vontade de realização.
Podemos citar outros sintomas muito comuns que acompanham a depressão, como:
- Alteração no apetite – é possível perder ou ganhar muito peso por conta da ansiedade que leva algumas pessoas a não comerem ou a comerem demais;
- Alteração do sono – insônia ou sonolência excessiva;
- Lentidão ou inquietação fora do normal;
- Medo e ansiedade por motivos que a própria pessoa desconhece;
- Pensamentos de inutilidade, desesperança e fracasso;
- Questionamentos existenciais e pensamentos de morte;
- Pensamentos suicidas (em casos mais graves).
Como tratar a depressão?
Existem pessoas que sofrem a vida inteira com esse problema sem serem diagnosticadas. É muito comum que sejam atribuídos problemas financeiros, de relacionamento, ou situações específicas aos sintomas da depressão. Também acontece com frequência de quem está à volta do depressivo considerar o seu comportamento como falta de esforço, preguiça, covardia ou tentativa de chamar a atenção, o que acaba inibindo a pessoa a buscar ajuda e, na maioria dos casos, agravando a situação.
Conhecida como “o mal do século”, a depressão é uma das doenças que faz mais vítimas ao redor do mundo. O grande problema é que, por ser “silenciosa”, a maioria das pessoas não a reconhece como um problema de saúde que precisa ser diagnosticado e adequadamente tratado. O paciente necessita de uma avaliação profissional, seja de um psicólogo ou psiquiatra, além de realizar exames médicos complementares para verificar se existe algum distúrbio relacionado (endocrinológico, metabólico, etc) e que possa estar desencadeando a depressão.
Autora: Thaiana Brotto (Psicóloga CRP 06/106524)
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